sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Investimento


Investí tudo que tinha,

por causa de um amor,

comprei uma bela casinha,

para agradar minha flor.



Fiz um canteiro de rosas,

e decorei todo o jardim,

fiz uma varanda espaçosa,

tudo ficou belo enfim.



Na frente para dar sorte,

plantei um pé de alecrim,

várias espadas de São Jorge,

perto de um lindo jasmim.



Formulei os mais belos sonhos,

como faz todo apaixonado,

fiz um esforço tamanho,

para ter ela ao meu lado.



Eu acordava sorrrindo,

dormia sempre feliz,

e as flores que iam abrindo,

oferecia áquela miss.



No fundo fiz a piscina,

para agradar minha bela,

minha endeusada menina,

a minha eterna cinderela.



Não economizei nada enfim,

tudo o que eu fiz foi pra ela,

esquecendo até de mim,

com todos encantos dela.



Fiz um cantinho só pra ela,

um lar doce como o mel,

pra que eu pudesse vê-la,

no meu pedacinho de céu.



Mas o tempo foi passando,

e meu mundo desmoronou,

de mim foi se afastando,

e por fim me abandonou.



Hoje eu fico em minha casa,

pensando no meu passado,

essa lembrança me arrasa,

e eu choro inconformado.



---------------------------------

Caneca de esmalte





Andando pela cidade,

no comércio popular,

vendo muitas variedades,

parei num pra pesquisar.



Eu ví muitas coisas antigas,

mas uma me chamou atenção,

linda caneca de esmalte,

que tocou o meu coração.



Voltou todo o meu passado,

ao ver aquela caneca,

fiquei bastante emocionado,

vendo a tão linda peça.



Lembrei dos pratos esmaltados,

da minha mãe com muito amor,

dos meus irmãos do meu lado,

do meu velho pai meu professor.



Lembrei de tudo que eu tinha,

quando eu morava na roça,

pois sempre de manhãzinha,

a canequinha estava exposta.



Tão bonita e esmaltada,

na mesinha alí em pé,

ás vezes caia e não quebrava,

a minha caneca de café,.



Canecas de grandes asas,

que descascavam com o tempo,

relíquia linda da minha casa,

riqueza do meus momentos.



Recordações que me enlaça,

dos meus tempo de criança,

cheia de café com bolachas,

desmanchando nas lembranças.



Caneca velha de esmalte,

que para a escola eu levava,

para tomar meu leite em pó,

o leite que eu mais gostava.



Hoje existe copos de plásticos,

que usam muito para as festas,

mas as canecas de esmaltes,

isso sim eram canecas.



Por isso a caneca de esmalte,

por mim não será esquecida,

ela é a minha obra de arte,

para toda a minha vida.



olhando as canecas esmaltadas,

expostas alí nas pratileiras,

comprei todas e levei pra casa,

para guardar pra vida inteira.


Paulo Matos

0 comentários:

Postar um comentário